Rosenbergs condenados por espionagem

Em um dos julgamentos mais sensacionais da história americana, Julius e Ethel Rosenberg são condenados por espionagem por seu papel na passagem de segredos atômicos aos soviéticos durante e após a Segunda Guerra Mundial . O marido e a mulher foram posteriormente condenados à morte e executados em 1953.

A condenação dos Rosenberg foi o clímax de uma série de eventos acelerados que foram desencadeados com a prisão do físico britânico Klaus Fuchs na Grã-Bretanha em fevereiro de 1950. As autoridades britânicas, com a ajuda do Federal Bureau of Investigation dos Estados Unidos, reuniram evidências de que Fuchs, que trabalhou no desenvolvimento da bomba atômica tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, passou como ultrassecreto informações para a União Soviética. Fuchs quase imediatamente confessou seu papel e deu início a uma série de acusações.

Fuchs confessou que o americano Harry Gold havia servido como mensageiro para os agentes soviéticos a quem Fuchs repassou suas informações. As autoridades americanas capturaram Gold, que então apontou o dedo para David Greenglass, um jovem que trabalhava no laboratório onde a bomba atômica fora desenvolvida. Gold afirmou que Greenglass estava ainda mais envolvido na espionagem do que Fuchs. Após sua prisão, Greenglass confessou prontamente e então acusou sua irmã e cunhado, Ethel e Julius Rosenberg, de serem os espiões que controlavam toda a operação. Tanto Ethel quanto Julius tinham fortes inclinações esquerdistas e estiveram fortemente envolvidos em questões trabalhistas e políticas nos Estados Unidos durante o final dos anos 1930 e 1940. Julius foi preso em julho e Ethel em agosto de 1950.

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Pelos padrões atuais, o julgamento foi incrivelmente rápido. Tudo começou em 6 de março, e o júri condenou ambos por conspiração para cometer espionagem em 29 de março. Os Rosenberg não foram ajudados por uma defesa que muitos na época, e desde então, rotularam como incompetentes. Mais prejudicial, porém, foi o testemunho de Greenglass e Gold. Greenglass declarou que Julius Rosenberg havia marcado uma reunião durante a qual Greenglass passou os planos para a bomba atômica para Gold. Gold apoiou a acusação de Greenglass e admitiu que ele então passou os planos para um agente soviético. Esse testemunho selou o destino de Julius e, embora houvesse poucas evidências ligando Ethel diretamente ao crime, os promotores afirmaram que ela era o cérebro por trás de todo o esquema. O júri considerou ambos culpados. Poucos dias depois, os Rosenbergs foram condenados à morte. Eles foram executados em 19 de junho de 1953 na Prisão de Sing Sing, em Nova York. Ambos mantiveram sua inocência até o fim.

O caso Rosenberg atraiu atenção mundial. Seus apoiadores alegaram que eles estavam sendo feitos de bodes expiatórios para a histeria da Guerra Fria que estava varrendo os Estados Unidos. O escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre chamou sua execução de “linchamento legal”. Outros apontaram que, mesmo que os Rosenberg transmitissem segredos aos soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial, a Rússia era aliada, não inimiga, dos Estados Unidos na época. Os que apoiaram o veredicto insistiram que o casal conseguiu o que merecia por colocar em risco a segurança nacional ao fornecer informações ultrassecretas sobre uma arma devastadora aos comunistas.

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