Bem comum

Bem comum, aquele que beneficia a sociedade como um todo, em contraste com o bem privado de indivíduos e setores da sociedade.

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Da era da antiga cidade grega -estados através da filosofia política contemporânea, a ideia do bem comum apontou para a possibilidade de que certos bens, como segurança e justiça, podem ser alcançados apenas por meio da cidadania, ação coletiva e participação ativa na esfera pública da política e do serviço público Com efeito, a noção de bem comum é uma negação de que a sociedade é e deve ser composta de indivíduos atomizados que vivem isolados uns dos outros. nts afirmaram que as pessoas podem e devem viver suas vidas como cidadãos profundamente enraizados nas relações sociais.

A noção do bem comum tem sido um tema consistente na filosofia política ocidental, mais notavelmente na obra de Aristóteles, Niccolò Machiavelli e Jean-Jacques Rousseau. Foi mais claramente desenvolvido na teoria política do republicanismo, que afirma que o bem comum é algo que só pode ser alcançado por meios políticos e pela ação coletiva dos cidadãos que participam de seu próprio governo autônomo. Ao mesmo tempo, a noção de bem comum esteve intimamente ligada à ideia de cidadania, ao compromisso mútuo com os bens comuns e ao valor da ação política como serviço público. Portanto, tem desempenhado um papel proeminente na defesa dos arranjos constitucionais republicanos, notadamente na defesa da Constituição dos Estados Unidos nos jornais federalistas.

No Livro I da Política, Aristóteles afirmou que o homem é político por natureza. É apenas por meio da participação como cidadãos na comunidade política, ou pólis, fornecida pelo estado que os homens podem alcançar o bem comum da segurança da comunidade – apenas como cidadãos e por meio do engajamento ativo com a política, seja como servidor público, como participante do deliberação de leis e justiça, ou como soldado na defesa da pólis, para que o bem comum seja alcançado. Na verdade, Aristóteles argumentou que apenas as questões do bem comum são certas; questões para o bem dos governantes estão erradas.

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A noção do bem comum foi retomada no final do século 15 e no início do século 16 na obra de Maquiavel, mais famosa em O Príncipe. Maquiavel afirmava que a garantia do bem comum dependeria da existência de cidadãos virtuosos. Na verdade, Maquiavel desenvolveu a noção de virtù para denotar a qualidade de promover o bem comum por meio do ato de cidadania, seja por meio da ação militar ou política.

Para Rousseau, escrevendo em meados do século 18, o a noção do bem comum, alcançada através do compromisso ativo e voluntário dos cidadãos, deveria ser distinguida da busca da vontade privada de um indivíduo. Assim, a “vontade geral” dos cidadãos de uma república, agindo como uma entidade coletiva, deve ser distinguida da vontade particular do indivíduo. A autoridade política só seria considerada legítima se fosse de acordo com a vontade geral e para com os bem comum. A busca do bem comum permitiria ao Estado atuar como uma comunidade moral.

A importância do bem comum para o ideal republicano foi notavelmente ilustrada com a publicação dos jornais federalistas, nos quais Alexander Hamilton, James Madison e John Jay forneceram uma defesa apaixonada da nova Constituição dos Estados Unidos. Madison, por exemplo, argumentou que as constituições políticas deveriam buscar governantes sábios e criteriosos em busca do bem comum.

Na era moderna, ao invés de um único bem comum, enfatizou-se a possibilidade de realização de uma série de bens comuns politicamente definidos, inclusive alguns bens decorrentes do ato da cidadania. foi definido como o bem corporativo de um grupo social, o agregado de bens individuais ou o conjunto de condições para bens individuais.

Porque o bem comum foi associado à existência de um ativo público -cidadania espirituosa, que reconheceu o dever de prestar serviço público (seja politicamente ou, no caso das antigas cidades-estado gregas, militarmente), sua relevância para a política contemporânea foi questionada.Na era moderna, a ênfase foi colocada na maximização da liberdade do indivíduo, como consumidor e proprietário descobrindo essa liberdade no domínio privado dos mercados liberalizados, ao invés de como cidadão alcançando o bem comum no domínio público.

Não obstante, para a política contemporânea, a importância da ideia do bem comum permanece na medida em que identifica a possibilidade de que a política pode ser mais do que construir um quadro institucional para a busca estreita do auto-interesse individual no essencialmente privado domínio dos mercados liberalizados. O bem comum aponta para a maneira pela qual a liberdade, a autonomia e o autogoverno podem ser realizados por meio da ação coletiva e da participação ativa dos indivíduos, não como consumidores atomizados, mas como cidadãos ativos no domínio público da política. Também oferece a possibilidade de que a participação política possa ter um valor intrínseco, por si só, além de seu valor instrumental de garantir o bem comum.

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